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Cala a boca! Não pedi sua opinião...


Esta é apenas uma das frases mais ouvidas nos lares brasileiros durante a pandemia. Agressão que se estende para mães, filhos, entediados. A violência doméstica parece estar tão longe, mas não está. Se você se der conta, ela saiu da casa do vizinho e entrou na sua casa.

Segundo reportagem do G1, uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência no último ano no Brasil. Os dados são de uma pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Esse é um retrato horrível, porque coloca o país entre os cinco mais violentos do mundo. O que não é novidade para ninguém é o perfil do agressor, é quem está perto das vítimas e deveria protegê-las.

Quando se fala em violência doméstica logo vem à cabeça a agressão física, mas o que quero destacar aqui é o assédio moral, a agressão verbal, a tentativa psicológica de desmoralizar as companheiras e os filhos. Estamos tão acostumados com isso que nem lembramos o quando essas atitudes podem ferir e destruir a vida de uma pessoa para sempre.

E não pense você que é simples sair dessa situação ou simplesmente cair fora. O assédio é tão forte que vítima passa a se sentir culpada pela situação e se não houver apoio fica de mãos atadas.

Em sua terceira edição, a pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil" ouviu 2.079 mulheres acima de 16 anos entre os dias 10 e 14 de maio deste ano, em 130 municípios do país. As respostas tinham como referência o período dos 12 meses anteriores à pesquisa.

Dentre as formas de violência sofrida, 18,6% responderam que foram ofendidas verbalmente, 6,3% sofreram tapas, chutes ou empurrões, 5,4% passaram por algum tipo de ofensa sexual ou tentativa forçada de relação, 3,1% foram ameaçadas com faca ou arma de fogo e 2,4% foram espancadas.

Diante dessa realidade, nosso papel é acolher, ter empatia e socorrer essas vítimas, porque se nos basearmos nos números a situação só deve piorar. Temos que entender que situações como as mencionadas não são normais, não têm legitimidade em nenhum argumento. Ninguém tem o direito de calar a boca de ninguém.

Basilio Rota, jornalista

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